A violaria é uma atividade de características artesanais cujos conhecimentos foram sendo passados ao longo do tempo de forma oral e de geração em geração. Exige uma grande perícia, habilidade manual e um profundo conhecimento de áreas científicas tão diversas como a botânica e a geometria.
Desde o século XV que a violaria está documentada em Portugal. Os principais centros de produção estão localizados em Lisboa, Braga e Porto. Assim, coincidia com os grandes centros urbanos onde se concentraram, ao longo da história, os principais serviços administrativos, religiosos e comerciais.
Terá sido precisamente o forte pulsar da atividade comercial em torno do porto da Ribeira que proporcionou as condições para que um grande número de violeiros se fixasse na cidade do Porto entre os séculos XVIII e XIX.
Ao Porto chegavam e partiam navios com os mais diversos produtos e vinham os povos tratar dos mais variados assuntos. Aproveitando essa vinda, encomendavam-se artigos onde só aí se encontravam: roupas, sapatos, jóias, esculturas, instrumentos musicais, etc. Porque os seus artífices eram muito competentes.
As oficinas localizadas inicialmente ao longo da freguesia da Sé desde a rua dos Mercadores à Rua Chã, acabaram por se concentrar a partir do século XIX na Rua da Bainharia, localizada a poucos metros daqui. Aí acabaram por se destacar as oficinas de António Sanhudo, José Ferreira Sanhudo, João Cerqueira, José António Miranda, António Duarte, Joaquim da Cunha Mello, etc.
Mas foram estas duas últimas que, pelo aprimoramento dos seus instrumentos, mais se destacaram, Na verdade, o contributo destas oficinas durante o seu período de atividade – 1870-1920 – para uma intensa vivência musical no Norte de Portugal em torno dos cordofones é bastante significativo.